"
Jó 3: 1-6 - Depois disso abriu Jó a sua boca, e amaldiçoou o seu dia.
E Jó falou, dizendo:
Pereça o dia em que nasci, e a noite que se disse: Foi concebido um homem!
Converta-se aquele dia em trevas; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz.
Reclamem-no para si as trevas e a sombra da morte; habitem sobre ele nuvens; espante-o tudo o que escurece o dia.
Quanto àquela noite, dela se apodere a escuridão; e não se regozije ela entre os dias do ano; e não entre no número dos meses."
Há dias venho pensando em escrever sobre esse tema tão complexo. Pela leitura do texto bíblico podemos notar o estado triste em que Jó se encontrava naquele momento. Para quem não conhece bem o texto, a história de Jó registrada na bíblia começa com a lamentável descrição das perdas que Jó sofreu, seus filhos mortos e sua prosperidade indo por água a baixo.
O fato é que Jó se viu numa completa situação de impotência de maneira que tudo que ele pedia naquele momento era não ter nascido para ver tamanha tristeza.
Quem já passou por uma situação de impotência sabe exatamente como se sente alguém nesse estado. Não é nada confortável, por outro lado, receber de pessoas que estão fora do processo as mais diversas críticas "destrutivas", como aconteceu com Jó, também não é nem de longe acolhedor.
Estar numa situação de impotência é não ter o chão abaixo dos seus pés, é como está com uma bússola na mão, mas sem o norte, uma pessoa com sentimento de impotência se sente completamente desnorteada, pedida, confusa, sem poder.
O sentimento de impotência é profundo porque trata da sensibilidade de nosso ego, de olharmos para nós mesmos e não encontrarmos em nós mesmos ou em nenhum caminho que alçamos o olhar, a solução para nosso problema naquele momento. Se sentir assim, é tão devastador que a vontade de não ter nascido para presenciar aquele momento nefasto invade e se prolonga no campo dos pensamentos. Exatamente o que aconteceu com Jó.
Mas vejamos bem isso. É bem possível que alguém que esteja lendo esse texto se questione extrapolando no seu ego a "verdade absoluta" de que o homem só passa por isso se quiser, em outras palavras, há infelizmente quem diga que o sentimento de impotência é para os fracos. Pois bem, a humanidade não nos é estranha, ou pelo menos não deveria ser, uma vez que somos humanos e, dizer isso é conceber a ideia de que não somos uma máquina, graças a Deus somos um poço de sentimentos e nunces que ora nos eleva ao chão ora nos ergue novamente.
Essa complexidade que os sentimentos, as emoções nos confere me fascina. A vida de Jó estava em completa desgraça, ou seja, não havia nada que ele pudesse humanamente fazer e agradecer pelo feitos em sua vida até aquele momento. Mas a grande mensagem desse texto é: Não somos humanos por acaso, o Deus que nos criou sabe das complexidades pelas quais passamos, sabe dos sentimentos confusos que estão guardados dentro de nós. O Deus que nos criou está muito além das complexidades que assolam nossa pequenez, Ele nos entende e sabe a rota certa de cada vereda. Isso não é maravilhoso!!
No final dessa história a bíblia registra que o Deus conferiu a Jó o dobro da prosperidade que antes ele tinha e, não pensemos que Deus restituiu apenas a riquezas materiais, sem dúvidas, a mão de cura de nosso Deus também restituiu o coração e ego despedaçados de Jó. Um coração novo foi lhe dado, um novo vigor, pensamentos positivos, esperança para sua alma. Portanto, se o sentimento de impotência por qualquer razão que seja tentar invadir nossas vidas, tudo que precisamos fazer é confiar a Deus as nossas veredas e viver para enxergar a Sua manifestação no meio do mar revolto.
Confia no Senhor, quando o leme do nosso barco está sob a direção de Deus, mesmo quando o mar não parece se acalmar, o porto seguro breve chegará. Quando exercitamos fé em Deus, pode confiar mesmo, porque Ele assume as consequências!!
Deus nos conceda paz e nos faça entender que o tempo é Dele e não nosso!
Marcmel.
Nenhum comentário:
Postar um comentário