Hoje me peguei inspirada, derramada sobre as letras, desnuda de cerimônias para com os textos. De prontidão, na minha mão achou-se o lápis e sem mais demora transpus no papel o "sussurro do vento". A frieza das ruas, a frieza das árvores, a frieza dos sentimentos, até quando tudo parece sem vida, aí mesmo a poesia ressurge...Porque o belo não é apenas o que se pode ver e admirar, mas é a contemplação do vazio, a beleza do nada, a frieza do silêncio...é o meu coração congelado, cristalizado que espera pacientemente o brilho do Sol outra vez, para nos raios solares, sentir cheiro de poesia novamente...
O sussurro do vento
Um pedaço de pão na mesa
O velhinho sentado na porta
O casal que passa abraçado
O mosquito que vai e volta
Tudo é canção pro poeta
Porque tudo começa em canção
Se é o voo da gaivota
Ou pingo de chuva no chão
A melodia sussurra no ouvido
Moldando as letras no coração
E a brancura vai sendo escrita
Com a caneta agarrada à mão.
Marcmel.
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