"No princípio criou Deus os céus e a terra."

"Antes que os montes nascessem e se formassem a terra e o mundo, de eternidade a eternidade, tu és Deus. Sl.90:2"

"Dá-me a conhecer, Senhor, o meu fim e qual a soma dos meus dias, para que eu reconheça a minha fragilidade" Sl.39:4.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

"Quem será o 'besta'?"

Hoje 08 de abril de 2013, sentei-me na beira da cama para escrever os pensamentos que tive nesse último domingo quando estava na estrada a dirigir. Estive pensando na infância e das muitas brincadeiras que tínhamos, dentre elas, me recordei da que chamávamos de "besta". A brincadeira consistia em duas ou mais pessoas repassarem a bola entre si, desde que evitasse que a mesma caísse nas mãos da pessoa que se encontrava no centro e, sobre a qual chamávamos de "besta", justamente por esta se encontrar meio que desnorteada no meio das outras com a unica intenção de pegar a bola e passar para o time daqueles que repassavam a bola entre os outros.
Lembrei-me de como eu me sentia todas as vezes que eu me encontrava no centro da roda e era a todo instante chamada de "besta". Lembro-me de que havia algumas colegas que o desejo de chamar alguém de besta era o motivo que as impulsionava a lutar com todas as forças para conseguir pegar a bola. Outras, nem se importavam com o fato de serem chamadas assim, apenas sorriam e seguiam tentando pegar a bola a todo custo. 

Foi nessa hora, que comecei a relembrar o porquê eu queria tanto pegar a bola, não porque eu queria chamar alguém de besta e fazê-lo sentir-se desprezível, mas porque eu queria sempre provar para mim mesma que eu poderia sair daquela situação e uma hora estaria entre o time dos que repassavam a bola entre si.

Foquei naquelas pessoas que mesmo que fosse uma brincadeira apenas, olhavam para as outras com o desejo de que elas se sentissem desprezíveis por estarem na situação de besta, o olhar delas era de que elas sempre podiam fazer aquilo, sempre estariam superiores às outras, de que aquela era a oportunidade para destilar o fel que detinham no coração e fazer com que o coleguinha, no fim daquela tarde/noite fosse para casa se achando um nada.

Bem, eu cresci e claro, todos aqueles coleguinhas também, mas infelizmente aquele fel de vez em quando ainda encontramos nos repasses de bola da vida. Às vezes na faculdade, na própria casa, no trabalho, nos relacionamentos, enfim, na vida.

Recordei do verso: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós...".Ninguém gosta de se sentir lesado, enganado, de se sentir o  "besta" da situação. Bom seria se todos nós considerássemos o bem que desejamos para nós mesmos fosse o bem que deveríamos oferecer ao próximo, todavia, o que mais temos visto é o repasse da bola entre o grupinho dos "espertos", do grupinho que se sente feliz quando consegue retirar a paz do outro.

Não consigo entender como há pessoas que só se sentem realizadas quando conseguem retirar o sossego do espírito do outro, que tem necessidade de se sentir numa posição superior sempre, de querer que o outro sempre se sinta inferior, ou que aceite que é uma pessoa desprezível.

Nessas horas, eu reporto às palavras de Jesus tão meigas e mansas: "Vinde benditos de meu Pai", "Vinde  a mim todos os que estais cansados", "Bem-aventurados os pacificadores", "Bem-aventurados os perseguidos"... Essas palavras confortam qualquer coração!!!

Nesse ínterim, também me recordei do que o Código Penal Brasileiro diz: Art. 171, caput - Obter, para si ou  para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento".

Bem, eu não sei qual está sendo a situação de muitas gente, pode ser que alguém esteja apenas sorrindo e relevando, ou pode ser que alguém esteja lutando a todo custo tentando provar para si mesmo que é capaz de sair e de poder fazer parte de outra fileira, ou pode ser ainda, que alguém não vê a hora de poder chamar alguém de "besta" pelo simples e puro prazer de fazer outro alguém se sentir um nada. Seja lá qual for a situação neste momento, lembremos que "com a medida com que medirdes vos medirão a vós, e ser-vos-á ainda acrescentada". Mc. 4: 24.

Sem muito mais para o momento, deixo meu carinho a todos os leitores e minhas sinceras reflexões.

Marcmel.

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